terça-feira, 15 de junho de 2010

D. Antão Vaz de Almada

D. Lourenço Vaz d' Almada

Entre os conjurados de 1640 estava D. Antão Vaz de Almada (o grande impulsionador da Restauração), diplomata português nascido em 1573 e falecido em 1644. Após o triunfo da revolução, foi nomeado por D. João IV embaixador em Londres. Graças aos seus esforços diplomáticos, foi assinado um Tratado de Paz e Aliança entre Inglaterra e Portugal, que se tornou fundamental para a manutenção da independência do nosso país.

Para que os alunos da super turma do 5ºF não pensem que falar destas personagens é falar de seres sobrenaturais, mostramos em cima a fotografia do seu actual descendente, D. Lourenço Vaz de Almada, Conde de Almada, nascido em 1961, irmão de Rita Almada - ex-apresentadora do programa da RTP Sem Limites sobre desportos radicais e actriz de telenovelas.

Lourenço Almada reside no Paço de Lanheses, em Viana do Castelo.

O domínio filipino


D.Sebastão morre solteiro e sem filhos. Após uma conflituosa sucessão dinástica, Filipe II de Espanha é aclamado rei de Portugal nas cortes de Tomar de 1581. Inicia-se então o período em que Portugal esteve unido politicamente a Espanha, durante 60 anos, e que ficou conhecido como "domínio filipino" (reinados de Filipe II, III e IV).

Nessas cortes, Filipe II fez várias promessas:

Respeitar as liberdades, privilégios, usos e costumes da monarquia portuguesa;

Reunir sempre Cortes em Portugal e manter todas as leis portuguesas e a moeda;

Os cargos de governo deveriam ser mantidos por portugueses;

O comércio da Índia e da Guiné apenas poderia ser feito por portugueses;

A língua nos documentos e actos oficiais continuaria a ser o português.


Assim, ficariam acautelados os interesses das classes altas e Portugal e Espanha passariam a ser governadas na forma de União Pessoal, isto é, dois reinos com um só rei.

No entanto aquelas promessas não foram cumpridas por Filipe III e IV.

Para além disso, Espanha estava em guerra com a Inglaterra, França e Holanda e Portugal sofreu com isso. As terras portuguesas em África, no Oriente e no Brasil foram atacadas e os portugueses obrigados a combater por Espanha e a pagar mais impostos.

Por todo o reino surgem então revoltas populares (...) contra os aumentos dos impostos decretados pelo Governo. A intenção destas revoltas era a de depôr a Dinastia Filipina.
O descontentamento do povo alastra à nobreza e à burguesia. A nobreza conspira e prepara uma revolta.
No dia 1º de Dezembro de 1640 um grupo de nobres assaltam o Palácio do Governador em Lisboa e tomam o governo do reino.
Portugal recupera assim a independência e D. João, duque de Bragança, é aclamado rei - D. João IV - iniciando-se a quarta dinastia ou dinastia de Bragança.
Segue-se um longo período de 28 anos de guerra: a Guerra da Restauração.
Preparando-se para a guerra, os portugueses organizaram um exército permanente, construíram fortalezas, estabeleceram alianças com outros países e desenvolveram a indústria de armas.

Só em 1668 terminaram as guerras da restauração com a assinatura de um tratado de paz entre Portugal e Espanha. Esse tratado estabelecia a independência de Portugal e os limites fronteiriços.

in blogue HISTÓRIA E GEOGRAFIA de PORTUGAL da Escola Básica 2.3 Comandante Conceição e Silva

Não cantam nada... mas vale a pena ver o vídeo pela mensagem e pelas fotografias

D. Sebastião


Décimo sexto rei de Portugal, filho do príncipe D. João e de D. Joana de Áustria, nasceu em Lisboa a 20 de Janeiro de 1554, e morreu em Alcácer Quibir, a 4 de Agosto de 1578. Sucedeu a seu avô D. João III sendo o seu nascimento esperado com ansiedade, enchendo de júbilo o povo, pois a coroa corria o perigo de vir a ser herdada por outro neto de D. João III, o príncipe D. Carlos, filho de Filipe II de Espanha.

De saúde precária, D. Sebastião mostrou desde muito cedo duas grandes paixões: a guerra e o zelo religioso. Cresceu na convicção de que Deus o criara para grandes feitos, e, educado entre dois partidos palacianos de interesses opostos - o de sua avó que pendia para a Espanha, e o do seu tio-avô o cardeal D. Henrique favorável a uma orientação nacional -, D. Sebastião, desde a sua maioridade, afastou-se abertamente dum e doutro, aderindo ao partido dos validos, homens da sua idade, temerários a exaltados, que estavam sempre prontos a seguir as suas determinações.

Nunca ouviu conselhos de ninguém, e entregue ao sonho anacrónico de sujeitar a si toda a Berbéria e trazer à sua soberania a veneranda Palestina, nunca se interessou pelo povo, nunca reuniu cortes nem visitou o País, só pensando em recrutar um exército e armá-lo, pedindo auxílio a Estados estrangeiros, contraindo empréstimos a arruinando os cofres do reino, tendo o único fito de ir a África combater os mouros.

Chefe de um numeroso exército, (...) parte para a África em Junho de 1578; chega perto de Alcácer Quibir a 3 de Agosto e a 4, o exército português esfomeado e estafado pela marcha e pelo calor, e dirigido por um rei incapaz, foi completamente destroçado, figurando o próprio rei entre os mortos.

Ficha genealógica:

D. Sebastião, nasceu em Lisboa, a 20 de Janeiro de1554; faleceu em Alcácer Quibir, a 4 de Agosto de 1578; sepultado em 1582 no Mosteiro dos Jerónimos. Morreu solteiro e sem descendência.

in blogue O Portal da História

Alguém quer Sumol?

Hás-de pedir-nos coca-cola... vais ver o que te acontece!



Vídeo produzido por João Santos, estudante do curso de Património Cultural

Vão vocês que elas são muito caras...



Este documentário tem cinco partes. Se quiserem podem vê-las no Youtube.

Óh Daniela! Vai comprar as pipocas...

Silêncio: vai começar o filme



Trabalho realizado por alunos do Liceu Camões, em Lisboa

Expansão marítima portuguesa (3)

Check out this SlideShare Presentation:

Expansão marítima portuguesa (2)

Check out this SlideShare Presentation:

Expansão marítima portuguesa (1)

Check out this SlideShare Presentation:

Grandes Navegações


Introdução

Durante os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com dois objetivos principais : descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas terras. Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos.

Os objetivos

No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também lucrar com este interessante comércio.

Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época, era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois, significaria novos fiéis.

Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época (saiba mais em absolutismo e mercantilismo).

Pioneirismo português

Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI devido a uma série de condições encontradas neste país ibérico. A grande experiência em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, ajudou muito Portugal. As caravelas, principal meio de transporte marítimo e comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras nações. Portugal contou com uma quantidade significativa de investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Neste país também houve a preocupação com os estudos náuticos, pois os portugueses chegaram a criar até mesmo uma centro de estudos : A Escola de Sagres.

Planeamento das Navegações

Navegar nos séculos XV e XVI era uma tarefa muito arriscada, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo gerado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, enquanto outros tinham uma visão da terra como algo plano e , portanto, ao navegar para o "fim" a caravela poderia cair num grande abismo.
Dentro deste contexto, planejar a viagem era de extrema importância. Os europeus contavam com alguns instrumentos de navegação como, por exemplo: a bússola, o astrolábio e a balestilha. Estes dois últimos utilizavam a localização dos astros como pontos de referência.
Também era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. As caravelas cumpriam tais objetivos, embora ocorressem naufrágios e acidentes. As caravelas eram capazes de transportar grandes quantidades de mercadorias e homens. Numa navegação participavam marinheiros, soldados, padres, ajudantes, médicos e até mesmo um escrivão para anotar tudo o que acontecia durantes as viagens.

Navegações portuguesas e os descobrimentos

No ano de 1498, Portugal realiza uma das mais importantes navegações: é a chegada das caravelas, comandadas por Vasco da Gama às Índias. Navegando ao redor do continente africano, Vasco da Gama chegou à Calicute e pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio direto com o oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos.
Outro importante feito foi a chegada das caravelas de Cabral ao litoral brasileiro, em abril de 1500. Após fazer um reconhecimento da terra "descoberta", Cabral continuou o percurso em direção às Índias.
Em função destes acontecimentos, Portugal tornou-se a principal potência econômica da época.

In blogue www.suapesquisa.com

terça-feira, 25 de maio de 2010

Intervalo: é hora de ir comprar as pipocas...


A crise de 1383/85 deve ser entendida como uma espécie de intervalo no filme a que todos estamos a assistir sobre a História de Portugal. E esta paragem era tão necessária para que os guionistas, os realizadores, os actores pudessem repensar os seus desempenhos… Mais, havia actores novos que precisavam de entrar em acção substituindo outros que demonstravam já grande cansaço.
Claro que estamos a falar dos homens e das mulheres da burguesia e do povo que irão ocupar o lugar de estrelas do filme anteriormente protagonizado por elementos do alto clero e da velha nobreza proprietária.
São esses novos actores que vão dar rosto (e corpo, e sangue por vezes) às personagens centrais da parte da história que agora se vai seguir - por sinal a mais extraordinária do filme a que estamos a assistir: a epopeia dos descobrimentos.
Vem aí, com efeito, a época mais gloriosa da História de Portugal. Preparem-se. Agarrem-se aos assentos. Ela vai começar.

Francisco Sérgio de Barros e Barros

Apontamentos sobre a crise do séc. XIV (1383-1385)




As razões que estão na origem da crise do séc. XIV (1383-1385) são de origem económica e social e de origem política.

- As de origem económico-social são: os maus anos da agricultura, a fome e as doenças (a peste negra) – porque havia queda na produção de alimentos agrícolas, havia falta de mão-de-obra para trabalhar nos campos, pois muitos tinham morrido com a peste negra e nas guerras com Castela.

- As de origem política – foi a morte de D. Fernando que provocou uma crise de sucessão ao trono, porque a sua única filha e herdeira, D. Beatriz iria casar-se com um rei de Castela e se tivesse filhos seriam espanhóis e seriam eles a suceder ao trono, o que punha em causa a independência de Portugal. A D. Beatriz era apoiada pelo clero e pela nobreza.

O Mestre de Avis era apoiado pelo povo e por uma pequenina parte do clero e da nobreza.

O povo teve um papel muito importante na defesa de Portugal quando o rei de Castela decidiu invadir o nosso país.

Como o povo apoiou o Mestre de Avis com alimentos e dinheiro, foi recompensado com títulos de “Dom”, “Dona” e foi-lhes dado algumas terras, nascendo assim uma nova classe social de novos-ricos. Era a chamada Burguesia, que eram pessoas do povo que adquiriram um novo estatuto.

A nobreza que tinha apoiado a D. Beatriz, fugiu para Castela, perdendo assim os seus bens e privilégios que foram dados à burguesia.

A burguesia passou a ter um papel importante na vida política do país.

Mestre de Avis: foi apoiado pelo povo e por uma pequena parte do clero e da nobreza.

D. Beatriz: foi apoiada pelo clero e pela nobreza.

Antes de o Mestre de Avis ter sido aclamado rei nas Cortes de Coimbra ( em 14…), o rei de Castela mandou invadir Portugal várias vezes. Uma delas foi o cerco a Lisboa que durou 5 meses mas as tropas morreram devido à fome e à peste negra.

Duas das batalhas a memorizar: a batalha de Atoleiros, no Alentejo, e a batalha de Aljubarrota.

Quando o Mestre de Avis foi aclamado rei, o rei de Castela enfureceu-se e mandou invadir novamente Portugal. As tropas portuguesas derrotaram os castelhanos na Batalha de Aljubarrota (perto de Leiria). O exército português foi comandado por D. Nuno Álvares Pereira e pelo rei (D. João I, Mestre de Avis).

Na batalha de Aljubarrota foi utilizada a táctica do quadrado. Para comemorar esta vitória, D. João I mandou construir o Mosteiro da Batalha.

Convém referir a importância das Cortes de Coimbra e do papel aí desempenhado pelo Doutor João das Regras para a legitimação de um novo rei.

O Doutor João das Regras provou nas cortes de Coimbra que quem tinha direito ao trono era o Mestre de Avis, porque foi ele quem mais lutou pela independência de Portugal.

A dinastia iniciada com este rei foi a dinastia de Avis.

Para ficarmos protegidos contra as invasões dos castelhanos, D. João I fez um tratado de amizade com a Inglaterra, no qual os dois países prometeram ajudar-se mutuamente (um ao outro).

Para reforçar esse tratado, D. João I casou com D. Filipa de Lencastre (filha do duque inglês de Lencastre), iniciando-se assim a dinastia de Avis.

In blogue http://apontamentos-da-escola.blogs.sapo.pt/

Para ler devagar...

A REVOLUÇÃO DE 1383-1385

PRINCIPAIS PERSONAGENS DA REVOLUÇÃO DE 1383-1385



ÁLVARO PAIS - Rico Burguês de Lisboa (homem honrado de boa fazenda), no dizer de Fernão Lopes, que desempenhou o cargo de chanceler do rei D. Pedro e do rei D. Fernando. Gozava de grande prestígio económico e político. Na sua casa, onde se reuniam os dirigentes eleitos da burguesia lisboeta, se arquitectou o plano para matar o Conde Andeiro, o homem forte da grande nobreza senhorial e do regime, apontado como o principal responsável pela política da rainha D. Leonor.
Álvaro Pais foi o chefe da conspiração que levou à Revolução de 1383-1385. Era pai adoptivo do Doutor João das Regras.



ANTÃO VASQUES - Juíz de crime que apregoou da parte do Mestre para que ninguém fosse tão ousado que assaltasse a judiaria. É que no entusiasmo da vingança revolucionária, o povo preparava-se para assaltar a judiaria, porque alguns judeus eram ricos e traidores, no dizer de Fernão Lopes. Os maiores ódios iam para D. David Negro, judeu com uma considerável fortuna, valido e conselheiro de D. Fernando.



CONDE JOÃO FERNANDES ANDEIRO - Fidalgo de origem galega, valido do rei D. Fernando e amante da Rainha D. Leonor. Foi nomeado Conde de Ourém como recompensa pelos serviços diplomáticos prestados na preparação dos tratados de paz com Castela e do casamento de D. Beatriz, única filha de D. Fernando e de D. Leonor, com o rei D. João de Castela. Foi assassinado pelo Mestre de Avis, no Paço dos Infantes, no dia 6 de Dezembro de 1383.



D. FERNANDO I (1345-1383) - REI - Filho de D. Pedro I e de D. Constança Manuel. Subiu ao trono com vinte e dois anos, numa época em que a Europa vivia graves conflitos político-militares (Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra e guerra civil em Castela). Esta guerras foram a consequência da grande instabilidade político-social, decorrente da grave crise económica da primeira metade do século XIV.
D. Fernando acaba por se envolver na guerra civil de Castela com alguns apoios locais, alegando o seu direito ao trono castelhano, na qualidade de bisneto de D. Sancho IV.
O seu casamento com D. Leonor Teles reforçou o poder e preponderância da nobreza na condução do governo, o que não agradou aos grupos sociais mais desfavorecidos.
O governo de D. Fernando foi assim palco de grandes dificuldades económicas, causadas pela crise e pelas guerras (destruição de bens e culturas, quebras de moeda, alta de preços e baixa de salários). As fomes eram frequentes, principalmente nos meios urbanos, o que causava descontentamente e até manifestações violentas.
Neste contexto, D. Fernando tenta resolver a situação de crise com uma série de medidas, das quais se destacam a "almotaçaria de 1372" que respeitava às leis do trabalho, a Lei das Sesmarias de 1375, que regularizava a produção a grícola e a criação da Companhia das Naus que regulava o comércio e os seguros marítimos.
Em Abril de 1383, face à doença do rei D. Fernando, a rainha D. Leonor, por intermédio do Conde galego João Fernandes Andeiro, negoceia o casamento da filha D. Beatriz, única herdeira do trono, com o rei de Castela.
D. Fernando morre em Outubro de 1383, abrindo caminho para a regência de D. Leonor, uma das épocas mais conturbadas da História portuguesa, visto que as lutas pelo poder e pela sucessão ao trono se traduziram numa autêntica revolução: a Revolução de 1383-1385.



JOÃO DAS REGRAS (DOUTOR) - Filho adoptivo de Álvaro Pais, viveu portanto no século XIV. Teve um papel importante na defesa dos direitos do Mestre de Avis ao trono de Portugal, nas Cortes de Coimbra em 1385. Segundo Fernão Lopes, este homem de leis exaltou de tal modo as qualidades e o valor do Mestre de Avis como Regedor e Defensor do Reino durante a crise da sucessão e a revolução que se lhe seguiu, denegrindo igualmente as acções dos outros candidatos ao trono, que a escolha daquele para rei de Portugal foi aplaudida por todos os presentes.
Depois desta prestação política, pediu ao rei D. João I os terrenos de uma quinta em S. Domingos de Benfica para a construção de um convento dominicano, ao que o rei acedeu de bom grado. Depois de construído o convento, o Doutor João das Regras ingressa nele como frade e aí se mantém até à sua morte. O seu túmulo com a sua estátua jacente encontra-se na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, integrada no dito convento, hoje pertença do Instituto Militar dos Pupilos do Exército.



D. LEONOR TELES (RAINHA) - Nasceu em meados do século XIV e morreu em 1386. De origem fidalga, casou em primeiras núpcias com D. João Lourenço da Cunha, senhor de Pombeiro, de quem viria a separar-se "por licença canónica" para casar com o rei D. Fernando, em Maio de 1372.
Contra este casamento houve manifestações de descontentamento em Lisboa, Abrantes, Alenquer, Tomar, Santarém e outras vilas, das quais resultaram algumas mortes, por vingança de D. Leonor.
Em 1373 teve uma filha, D. Beatriz, que viria a ser a única herdeira do trono, após a morte de D. Fernando.
Fernão Lopes apresenta D. Leonor Teles como uma mulher de rara beleza e inteligência mas também de espírito maquiavélico, tecendo intrigas constantemente. Prometeu a filha em casamento ao Infante D. João, filho de D. Pedro e D. Inês de Castro, sendo portanto meio irmão do rei D. Fernando, mas com o compromisso de se desembaraçar da sua actual mulher, D. Maria Teles, por sinal sua irmã. Após o assassínio, cujos motivos são engendrados pela própria D. Leonor, o Infante D. João não teve a mão da princesa e teve que fugir para Castela. O objectivo de D. Leonor era realmente afastar este pretenso candidato ao trono, já que com a morte de D. Fernando em 1383 se abriu uma crise dinástica da qual resultou a Revolução de 1383-1385, devido ao casamento de D. Beatriz com o rei de Castela.
Toma as rédeas do poder após a morte de D. Fernando, fazendo uma política favorável aos interesses de Castela, por influência do Conde Andeiro, seu amante e conselheiro.
Os homens bons de Lisboa, chefiados por Álvaro Pais, conspiram para matar o Conde Andeiro e aclamar Regedor e Defensor do Reino, o Mestre de Avis, filho de D. Pedro e também meio irmão de D. Fernando.
Perante estes acontecimentos, D. Leonor foge para Santarém e escreve ao rei de Castela, seu genro, para invadir Portugal, garantindo assim o direito de D. Beatriz ao trono. Mas o genro prende-a em 1384 quando invade Portugal e ela mais uma vez conspira. Escreve aos alcaides para que não apoiem o rei castelhano e conjura a sua morte, o que lhe vale o exílio para Tordesilhas, onde vem a falecer.



MESTRE DE AVIS - REI D. JOÃO I - (11.4.1357-14.8.1433) - Era filho bastardo de D. Pedro I e de D. Teresa Lourenço, natural da Galiza.
Tinha apenas seis anos quando o rei D. Pedro o armou cavaleiro e o investiu nas funções de Mestre da Ordem Militar de Avis.
Durante a sua juventude e apesar dos votos próprios da situação de Mestre de uma Ordem tem dois filhos ilegítimos, fruto da sua ligação amorosa com D. Inês Peres, filha de um judeu importante da cidade da Guarda: D. Afonso, mais tarde, Conde de Barcelos e D. Brites que virá a ser Condessa de Arundel.
No reinado de D. Fernando tornou-se um homem de grande prestígio, o que não agradava a D. Leonor Teles, levando-a a conspirar contra ele e até a ordenar a sua prisão no Castelo de Évora. Com a morte do rei em 1383, D. Leonor afasta-o da Corte, nomeando-o fronteiro do Alentejo. O Mestre finge obedecer mas, como já se encontra no centro da conspiração para matar o Conde Andeiro, regressa, entra no Paço e executa o plano urdido por Álvaro Pais. (6.12.1383)
Perante a notícia posta a correr nas ruas de Lisboa de que querem matar o Mestre no Paço, por traição da Rainha e do Conde Andeiro, o povo acorre para o apoiar e amaldiçoar os traidores. Rebenta a Revolução e D. João mostra-se receoso de não controlar os acontecimentos. Entretanto, os apoios à sua causa sucedem-se e ele é aclamado Regedor e Defensor do Reino.
Em Maio de 1384 o rei castelhano, casado com D. Beatriz, a herdeira do trono de Portugal, cerca Lisboa e o Mestre coordena a defesa da cidade. O cerco vai prolongar-se até Outubro e quando as tropas castelhanas se retiram são convocadas as Cortes de Coimbra para eleição do rei. Graças aos préstimos do Doutor João das Regras, o Mestre é eleito rei com o nome de D. João I. Entretanto viaja pelo país a fim de pacificar todas as cidades e vilas que tinham tomado voz por D. Beatriz, coordena com D. Nuno Álvares Pereira a batalha de Aljubarrota, cuja estrondosa vitória consolida a independência de Portugal e tenta por todos os meios conseguir uma paz duradoura com Castela.
Casa com D. Filipa de Lencastre, de quem virá a ter oito filhos, dos quais se destacam D. Duarte, rei; o Infante D. Pedro, homem muito culto e viajado que virá a ser Regente de D. Afonso V; o Infante D. Henrique, grande impulsionador dos Descobrimentos e D. Fernando, prisioneiro e mártir em terras do Norte de África.
Ainda no seu reinado, em 1415, faz-se a expedição ao Norte de África para conquistar Ceuta, início da expansão portuguesa, período áureo da nossa História.




NUNO ÁLVARES PEREIRA
- (1360 - 1.4.1431) - Filho de Álvaro Gonçalves Pereira, prior da Ordem do Hospital, que, além dele, segundo a Crónica do Condestabre, teria tido mais trinta e um filhos de várias mulheres.
Foi educado pelo pai até aos treze anos e instruído nas armas pelo tio materno, passando depois para a Corte como escudeiro de D. Leonor.
Casou com D. Leonor de Alvim e passou a viver na Quinta da Pedraça em Cabeceiras de Basto. Mas em 1381, colaborou com seu irmão Pedro na defesa do Alentejo e após a morte de D. Fernando aderiu à causa do Mestre de Avis, destacando-se logo a seguir em missões de relevo, nomeadamente na vitória militar na Batalha dos Atoleiros em Abril de 1384.
Tomou parte nas Cortes de Coimbra, onde foi nomeado condestável e mordo-mor, e recebeu importantes doações.

Batalha de Aljubarrota

Destacou-se na batalha de Aljubarrota, sendo recompensado com a doação de muitos bens. Continuou a sua vida militar sempre ao serviço de D. João I e em 1401 casou a sua filha D. Beatriz com D. Afonso, filho bastardo do rei.
Desde 1403 que se dedicou mais de perto à construção do Convento do Carmo e de numerosas igrejas no Alentejo, assim como a capela de S. Jorge em Aljubarrota.
Participou também na expedição a Ceuta e em 1422 passou a viver no Convento do Carmo, entrando para o Ordem como leigo, em 15 de Agosto de 1423.

--------------------------------------------------------------------------------

BREVE APONTAMENTO SOBRE O CRONISTA DA REVOLUÇÃO DE 1383-1385



FERNÃO LOPES - Considerado o nosso maior cronista ou mesmo o nosso primeiro historiador, pois demonstra não só a preocupação pela busca da verdade dos acontecimentos que narra mas também revela uma atitude crítica na utilização e selecção dos documentos utilizados, confrontando muitas vezes as várias versões. Nota-se também nas suas obras a preocupação pela explicação dos factos, sejam eles de carácter económico, político ou social. Fernão Lopes revela também grande poder de comunicação, de modo a envolver emocionalmente o leitor nos acontecimentos como se estivesse presente. As suas narrativas são autênticas obras de criação artística e literária.
Notário de profissão, foi nomeado em 1418 "guardador das escrituras do Tombo", isto é, chefe do arquivo público do reino, cargo que acumulava com o de "escrivão dos livros de D. João I".
Pensa-se que são da sua autoria as seguintes obras: "Crónica dos Sete Primeiros Reis de Portugal", "Crónica de D. Pedro", "Crónica de D. Fernando" e "Crónica de D. João I".
O relato dos acontecimentos ocorridos entre 1383 e 1385 é da autoria de Fernão Lopes. Foi ele que lhe conferiu o carácter "revolucionário" , identificando a imposição do Mestre de Avis no trono com as esperanças nacionalistas dos "povos miúdos" contra os direitos da nobreza senhorial que apoiava D. Beatriz, casada com o rei de Castela.

Texto da ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES DE HISTÓRIA

A Revolução de 1383 / 85

Quem nos dera saber o nome do autor deste PowerPoint...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Um aluno Uma história (3)

A vida do primeiro rei de Portugal

O nosso primeiro rei de Portugal foi D. Daniel Ramos I e era filho de D. Inês e de D. João Pedro. Como foi o primeiro filho do casal herdou o Condado Portucalense.
Nasceu a 1109, séc. XII. Passados três anos, D. João morreu deixando órfão o filho de 3 anos. Enquanto D. Daniel Ramos não completava 21 anos de idade D. Inês ficou a comandar o Condado. Para a ajudar D. Afonso VI pediu a Ricardo (um nobre galego) para ajudá-la nas suas funções.
Enquanto isto, o aio André estava a ensinar D. Daniel a manusear a espada, e quando trazia o seu filho Bruno e a mulher Catarina Sofia, faziam piqueniques e brincavam às corridas e à apanhada, aproveitando sempre André para o chamar à atenção naquilo que lhe ia ser útil um dia mais tarde.
- Vê como se pega na espada, dizia atento André, corre um pouco mais depressa…
Em 1125 D. Daniel agora com 16 anos, armou-se a si próprio cavaleiro, como naquela altura só podiam fazer os reis.
Enquanto isto tudo se passava D. Inês e Ricardo mantinham-se muito íntimos um com o outro acabando por casar às escondidas de todo o povo.
D. Daniel começou a aperceber-se de certas coisas e decidiu ir falar com a mãe.
Numa madrugada, lá apareceu D. Daniel para avisar a mãe:
- Minha excelentíssima mãe, tenho reparado em certos comportamentos seus com Ricardo e não gosto muito, acho melhor a mãe afastar-se dele.
- Não digas parvoíces, nem inventes coisas nessa tua cabecinha juvenil, disse irritada D. Inês.



Em 1128, D. Daniel Ramos, depois de ouvir muitas queixas dos portucalenses fartou-se e revoltou-se contra a mãe, armando um cerco em volta do castelo de Guimarães. Saindo da batalha vitorioso a 24 de Junho chamou a esta batalha de “S. Mamede”. Claro que nestas lutas os irmãos de D. Daniel apoiaram-no com fé nele e não na mãe.
Na batalha não repararam que a criada Tatiana, que trabalhava para D. Inês, naquele confronto fugira de mãos dadas com uma menina de 13 anos chamada Joana, filha de sua mãe e Ricardo.
Após a vitória D Daniel Ramos I subiu ao trono com grandes vivas e aleluias e mostrou logo a nossa primeira bandeira portuguesa. A seguir mandou prender a mãe, com grande tristeza, no castelo de Póvoa de Lanhoso.
Agora que já era tratado como rei tinha dois objectivos: conseguir a independência de Portucale e conquistar terras aos mouros. Em 1139 venceu 5 reis mouros. De 1136 a 1143 D. Daniel não parou de derrotar D. Ângelo VII obrigando-o a dar a independência ao Condado. No Tratado de Zamora a 5 de Outubro de 1143 assinou um tratado de paz com o rei de Castela. Mas só em 1179 é que o Papa Filipe III o considerou como rei de Portugal.



Claro que D. Daniel não se dedicou só ao reino mas também ao amor, casando com D. Catarina em 1146. Tiveram diversos filhos entre os quais: D. Rodrigo, D. Daniel, D. Rúben, D. Tiago e D. Hugo.
Mas o herdeiro do trono foi D. Rodrigo pois era o mais velho dos irmãos, o qual casou com D. Ana.
D. Daniel Ramos morreu em 1185 não conhecendo o seu primeiro neto, D. Francisco, que casou com D. Mariana.

História escrita por Catarina Magalhães, turma 5º F

Para descontrair...



Um fantático poema de Luís de Camões musicado e cantado por José Mário Branco.

Os gupos sociais em filme

Portugal No século XIII Quem conhece o autor do Bô Ponto Net sabe da sua aversão visceral a qualquer forma de plágio, até porque já foi vítima, por diversas vezes, desse comportamento desonesto. Mas no caso deste PowerPoint sobre a realidade portuguesa do século XIII, as alternativas em consideração eram exíguas: ou não se publicava este excelente trabalho didáctico, ou então o Bô Ponto Net mostrava-o aos seus leitores dando-lhes conta disso mesmo e explicando que a ausência de qualquer referência aos seus autores se deve tão-somente à procura sem sucesso de elementos identificadores que digam alguma coisa sobre a sua proveniência. Caso eles venham a surgir serão de imediato publicados, para alegria do coordenador deste blogue.
Sobre o tema Portugal no Século XIII importa ainda consultar o trabalho produzido pelo Centro de Competência Malha Atlântica, uma instituição de cariz pedagógica, e que os alunos da super turma do 5º F poderão consultar clicando aqui.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Um aluno Uma história (2)


Era uma vez um menino chamado D. Filipe Henriques (filho do conde D. Henrique e de D.ª Teresa) que tinha um amigo chamado D. Ricardo V.
Os dois gostavam muito de jogar aos guerreiros, mas também por vezes iam ajudar suas mães a fazer várias tarefas.
Certo dia, quando D. Filipe Henriques já tinha 15 anos, os romanos invadiram a Península Ibérica porque eram muito gananciosos.
D. Filipe Henriques com a ajuda de D. Ricardo V conseguiram dar luta aos romanos mas, chegado a uma certa altura um homem da tribo dos romanos (Tiago) fez acordo com um homem da tribo dos lusitanos (André). O acordo estipulava que os romanos tinham de dar objectos e riquezas a André mas em troca André tinha de matar D. Ricardo V quando ele estivesse a dormir.
D. Filipe Henriques ficou muito triste por o seu melhor amigo Ricardo V ter morrido e não se ficou atrás. Com a ajuda de D. Rúben (um antigo amigo seu) conseguiram conquistar uma metade da Península Itálica. D. Daniel Ramos enfurecido mandou 700 homens do seu exército para atacar D.Filipe Henriques e D.Rubén numa batalha excitante.
Quem sai vitorioso foi D. Filipe Henriques e D. Rúben, mas D. Daniel Ramos a meio da batalha disse:
-Eu hei-de de voltar mais forte que nunca. Desapareceu depois nas sombras e ninguém mais o viu.
Para alegrar a situação, D. Filipe Henriques fez uma festa e convidou todas as pessoas da aldeia em honra de Ricardo V.


Certo dia o rei de Leão e Castela, D.Bruno I, veio falar com D. Filipe Henriques e disse-lhe:
-Queres casar-te com a minha filha D. Catarina Magalhães? Como dote entregar-te-ei umas terras?
-Sim.
Mas D. Bruno I também tinha uma condição. A condição era que tinha de ir a todos os chamados seus e que coordenasse o seu exército.
D. Catarina Magalhães era alta, lábios finos, magra, loira, morena e atraente.
D. Filipe Henriques tinha dois objectivos que eram: lutar contra D. Hugo VII e conseguir a independência do condado e também lutar contra os muçulmanos para expandir o seu território a sul.
No tratado de Zamora, assinado em 5 de Outubro de 1143,D. Afonso VII reconheceu a independência do Condado Portucalense, que passou a chamar-se reino de Portugal e a ter D. Filipe Henriques como seu primeiro rei.

História escrita pelo aluno Daniel João Fialho Freire, turma 5º F

domingo, 14 de março de 2010

EXTRA: reportagem do casamento do João Pedro e da Tatiana

É hoje. Finalmente tivemos acesso integral à reportagem fotográfica do casamento do João Pedro e da Tatiana. Também já não era sem tempo tendo em conta a avultada verba (800 000 euros) dispendida pelo Bô Ponto Net na sua aquisição exclusiva.
As fotografias até que não estão mal. A fotogenia dos noivos, dos convidados e do responsável deste blogue contribuíram decisivamente para o resultado final. A máquina (uma Magalhães modelo 323 RS) também era boa; tinha sido comprada por 52 euros na Worten do Modelo.
Os noivos, entretanto, o Bô Ponto Net sabe que estão bem. Esperam pacientemente pela lua-de-mel que segundo fontes bem informadas ocorrerá no final dos seus estudos universitários. Dentro de pouco tempo, portanto…
E agora chega de conversa. Comecemos então a ver as fotografias.


Aqui estão o noivo e a noiva. Lindos e apaixonados. Como estão (quase) sempre os noivos. Isso: batam com os talheres nos copos e gritem Beijos, Beijos… O professor de História é que vos diz…


A posterioridade exige que se mostrem os sapatos e o bouquet da noiva. A Sapataria Elegante da Av. Sá Carneiro excedeu-se. O calçado pertence à colecção Outono/Inverno de 2022. Um espanto!


Os noivos aproximam-se do altar. A sorte e o senhor Padre estejam com eles. Repare-se na elegância e na pose de todos.

A máquina fotográfica Magalhães, modelo 323 RS, aqui esteve particularmente bem: conseguiu captar com a nitidez que se reconhece o pormenor das alianças.

Os amigos do noivo e da noiva esperam pacientemente, fora da igreja, pelos nubentes. Nas mãos, quantidades assinaláveis de arroz e de convites para a feira do livro da Augusto Moreno estão prestes a ser lançados ao João Pedro e à Tatiana.

Os noivos fogem, sem olhar para trás, dos amigos. Justificam-se dizendo que não podem por causa de afazeres profissionais estarem presentes na feira do livro. Desculpas…


O buffet. Lindo (e saboroso). Mas onde "raio" está o leitão? Parabéns ao Restaurante O Ninho das Andorinhas, em Gimonde. Esmeraram-se.

Algumas das convidadas. Conseguem identificá-las? As respostas deverão ser dirigidas ao endereço electrónico gabinete.aluno@gmail.com.

Não sabemos quem é. Ou antes: sabemos que é tia de alguém. E casamento que se preze sem a presença de uma tia mesmo tia não é casamento.

E o mesmo se pode dizer das primas. Estão em todas.

Bom, esta parte é que não se entende mesmo. Mas o que está aqui a fazer a fotografia de um bebé? Respostas para info@eb23-augusto-moreno.rcts.pt.

É um dos convidados que mais se destacou no casamento pelo seu ar fashion. Chama-se Fiel Jolly de Cão Busca Busca e usa um par de óculos da marca Yamamoto. É bem. Só não se sabe com quem veio. Achegas sobre este mistério para super.turma5f@gmail.com.

O "pai" da noiva, Daniel Ramos, levado pela emoção e pelo vento, leva na mão dois balões, ao mesmo tempo que pensa: mais vale dois balões na mão que dois balões a voar. Nem Einstein teria dito melhor.
Parabéns Daniel. O casamento da Tatiana foi lindo.

O duo romântico BORA LÁ canta com emoção a música “Apita o combóio”, 1º lugar de vendas no top londrino. Os Black Eyed Peas à última hora não puderam vir mas os convidados do casamento ficaram a ganhar com a troca. Carlos Queirós e a selecção nacional não sabem o que estão a perder.

Na pista de baile os convidados dançam com o corpo todo o “Apita o comboio”. Qual Rock in Rio qual quê… esta festa é a melhor de todas! Tirando as outras que se fizeram já e aquelas que um dia se hão-de fazer.

Entretanto há umas convidadas que começam a cantar. Estão a cantar o quê? Não, não é possível… será que é aquilo que estamos a pensar? E é mesmo: as palavras distinguem-se cada vez melhor… o som harmonioso, límpido sobe pelas paredes do salão e pelos ouvidos dos convidados… a música é por demais conhecida… “Venham ao Pingo doce de Janeiro a Janeiro” cantam as raparigas.

“…Qualidade e preço baixo o ano inteiro” continua a dizer a canção ao mesmo tempo que os noivos e os convidados fogem sem parar do salão de baile.

Na sequência desta fuga, o restaurante onde decorria a boda ficou vazio. Todos se dirigiram então para a discoteca mais próxima, a célebre Fashion Chá. Na fotografia um pequeno grupo de convidados do casamento espera ordeiramente pelo momento de entrar no estabelecimento de diversão.

Lá dento dançava-se já ao som da Tuna da Augusto Moreno. K “gan’de” curte!

Entretanto, como quem não quer a coisa, os noivos escapuliram-se sem deixar rasto num automóvel devidamente engalanado, deixando a festa para os outros.

O Rio Sabor tornou-se então na única testemunha do amor dos noivos. A Tatiana procurou na pasta que levava consigo o caderno, ao mesmo tempo que João Pedro escolheu um dos livros que transportava e, juntos, numa atmosfera de cumplicidade irrepetível, fizeram os trabalhos para casa de História e Geografia de Portugal.
E tiveram boas notas àquela disciplina para sempre…

FRANCISCO SÉRGIO DE BARROS E BARROS

quinta-feira, 11 de março de 2010

Nova volta Nova viagem


Amanhã vai realizar-se teste de avaliação na nossa disciplina. A matéria que os alunos devem saber integra as páginas 38 a 90 do manual. O volume e a profundidade dos conhecimentos de História e Geografia de Portugal vão aumentando à medida que o ano lectivo avança. Mas isso é algo que deve ser encarado como natural. Os alunos sabem aquilo que é pretendido porque estudaram e interessaram-se ao longo das semanas pelos assuntos ensinados na disciplina.

Não está, por esse motivo, preocupado o “professor de História”. Ele confia no empenho e nas capacidades dos alunos. Ainda vão ser alguns deles futuros historiadores. Boa sorte para amanhã.

A independência de Portugal

Castelo de Guimarães

E eis-nos “chegados” ao ponto de partida da História de um país que haveria de chamar-se Portugal. De um condado atribuído em dote de casamento por D. Afonso VI de Leão e Castela ao fidalgo francês D. Henrique de Borgonha, nascem sentimentos de independência e de maturidade ainda hoje não totalmente explicáveis.

De facto a questão não está resolvida: o que terá motivado os nossos antepassados a lutarem, muitos deles com o prejuízo das suas vidas, por um futuro diferente daquele que haveria de ser vivido pelos outros reinos da Península Ibérica? – como nos casos dos reinos de Leão, Castela, Navarra, Aragão e do condado da Catalunha, para não falar do caso mais recente do País Basco…

As razões serão de ordem conjuntural, geográfica, genética e cultural, sendo que nenhuma delas por si só pode explicar muito do que se passou. Porventura serão elas todas juntas e ainda outras que resultarão da vontade pessoal ( muito forte) de alguns líderes da altura.

Uma coisa é certa: as dificuldades para alcançar os propósitos dos primeiros portugueses eram muitas. Repare-se no percurso político e militar de D. Afonso Henriques como exemplo disto mesmo: Teve de lutar contra D. Afonso VII e, ao mesmo tempo, contra os mouros, no primeiro caso para conseguir a independência, no segundo para alargar o alcance das terras de Portugal.

Batalha de S. Mamede

A propósito desta dupla tarefa importa registar as seguintes datas e respectivos acontecimentos:
1143 – Tratado de Zamora assinado por D. Afonso Henriques e D. Afonso VII;
1179 – Reconhecimento do Reino de Portugal e do seu líder máximo pelo Papa;
1249 – Conquista definitiva do Algarve (já no reinado de D. Afonso III);
1297 – Tratado de Alcanises, celebrado por D. Dinis, rei de Portugal, e por D. Fernando, rei de Castela.


A primeira bandeira de Portugal

É óbvio que para se alcançar a desejada meta da independência não bastaram os esforços dos reis. Toda a gente foi necessária. A começar, naturalmente, pelos nobres e pelos monges guerreiros, mas a continuar no número incontável dos homens do povo que em condições miseráveis e sem recompensas notórias fizeram face a grandes obstáculos. Veja-se só isto: a nobreza e as ordens religiosas militares comandavam os exércitos, é certo, mas em contrapartida usufruíam de mordomias consideráveis e recebiam - só eles - terras e outras honrarias.

E foi assim que nasceu Portugal. As terras doadas pelo rei serviram para tornar maior e mais rico o nosso país, a partir do seu povoamento, defesa e cultivo. Quase nove séculos se passaram já. Nem todas as coisas conseguiram alcançar o progresso que se pretendia. Mas continuamos país. Com todos os defeitos e qualidades que nos couberam em sorte e merecimento. Pode ser que com a geração dos que agora têm 10, 11 anos, Portugal atinja de vez a sua vocação de país feliz e promissor.

FRANCISCO SÉRGIO DE BARROS E BARROS

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Afonso Henriques, D. Afonso I de Portugal



Afonso I de Portugal, mais conhecido pelo seu nome de conde, Dom Afonso Henriques, (1109 (?) — 6 de Dezembro de 1185) foi o primeiro rei de Portugal, conquistando a independência portuguesa em relação ao Reino de Leão em 1143 no tratado de Zamora.

Em virtude das suas múltiplas conquistas, que ao longo de mais de quarenta anos mais que duplicaram o território que o seu pai lhe havia legado, foi cognominado O Conquistador; também é conhecido como O Fundador e O Grande. Os muçulmanos, em sinal de respeito, chamaram-lhe Ibn-Arrik («filho de Henrique», tradução literal do patronímico Henriques) ou El-Bortukali («o Português»).

Data e local de nascimento

Afonso Henriques era filho de Henrique de Borgonha, Conde de Portucale e da infanta Teresa de Leão. Há quem defenda que era filho de Egas Moniz. A data e local do seu nascimento não estão determinados de forma inequívoca. Hoje em dia, a data que reúne maior consenso aponta para o ano de 1109. Almeida Fernandes, autor da hipótese que indica Viseu como local de nascimento de D. Afonso Henriques refere a probabilidade de ter nascido em Agosto enquanto outros autores, baseando-se em documentos que remontam ao século XIII referem a data de 25 de Julho do mesmo ano. No entanto, já foram defendidas outras datas e locais para o nascimento do primeiro rei de Portugal, como o ano de 1106 ou de 1111 (hipótese avançada por Alexandre Herculano após a sua leitura da "Crónica dos Godos"). Tradicionalmente, acredita-se que terá nascido e sido criado em Guimarães, onde viveu até 1128. Outros autores, ainda, referem Coimbra como local provável para o seu nascimento.

Subida ao trono

Em 1120, Afonso tomou uma posição política oposta à da mãe (que apoiava o partido dos Travas), sob a direcção do arcebispo de Braga D. Paio Mendes. Este, forçado a emigrar, levou consigo o infante que em 1122 se armou cavaleiro em Tui.

Restabelecida a paz, voltaram ao condado. Entretanto, novos incidentes provocaram a invasão do Condado Portucalense por Afonso VII de Leão e Castela que, em 1127, cercou Guimarães, onde se encontrava Afonso Henriques. Sendo-lhe prometida a lealdade deste pelo seu aio Egas Moniz, Afonso VII desistiu de conquistar a cidade.

Mas alguns meses depois, em 1128, as tropas de Teresa de Leão e Fernão Peres de Trava defrontaram-se com as de Afonso Henriques na batalha de São Mamede, tendo as tropas do infante saído vitoriosas – o que consagrou a sua autoridade no território portucalense, levando-o a assumir o governo do condado. Consciente da importância das forças que ameaçavam o seu poder, concentrou os seus esforços em negociações junto da Santa Sé com um duplo objectivo: alcançar a plena autonomia da Igreja portuguesa e obter o reconhecimento do Reino.

Em 1139, depois de uma estrondosa vitória na batalha de Ourique contra um forte contingente mouro, D. Afonso Henriques autoproclamou-se rei de Portugal, com o apoio das suas tropas. Segundo a tradição, a independência foi confirmada mais tarde, nas míticas cortes de Lamego, quando recebeu a coroa de Portugal do arcebispo de Braga, D. João Peculiar, se bem que estudos recentes questionem a reunião destas cortes.

Reinado

O reconhecimento do Reino de Leão e de Castela chegou em 1143, com o tratado de Zamora, e deve-se ao desejo de Afonso VII de Leão e Castela em tomar o título de imperador de toda a Hispânia e, como tal, necessitar de reis como vassalos. Desde então, Afonso I procurou consolidar a independência por si declarada. Fez importantes doações à Igreja e fundou diversos conventos.

Procurou também conquistar terreno a sul, povoado então por mouros: Leiria em 1135 (1145, conquista final) usando a técnica de assalto; Santarém em 1146 (1147, conquista final), também utilizando a técnica de assalto; Lisboa (onde utilizou o cerco como táctica de conquista, graças à ajuda dos cruzados), Almada e Palmela em 1147, Alcácer em 1160 e depois quase todo o Alentejo, que posteriormente seria recuperado pelos mouros, pouco antes de D. Afonso falecer (em 1185).

Em 1179 o Papa Alexandre III reconheceu Portugal como país independente e vassalo da Igreja, através da Bula Manifestis Probatum.

O legado do seu reinado foi, entre outros:

. A fundação da nacionalidade, reconhecida pelo papado e pelos outros reinos da Europa;
. A pacificação interna do reino e alargamento do território através de conquistas aos mouros empurrando as fronteiras do Condado Portucalense para sul.

O seu túmulo encontra-se no Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, ao lado do túmulo do filho D. Sancho I.
in Wikipédia

D. Teresa



Teresa de Leão, Condessa de Portugal, em galaico-português Tarasia ou Tareja (1080 - 11 de Novembro de 1130, na Póvoa do Lanhoso ou Mosteiro de Montederramo). Nascida infanta de Leão, foi a primeira condessa do condado Portucalense. Mãe de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

Casamento e Condado Portucalense

Teresa de Leão era filha ilegítima do rei Afonso VI de Leão e Castela e de Ximena Moniz, uma nobre castelhana filha de Mudiadona Moniz e de Munio Moniz. Viveu toda a infância na companhia da sua mãe e do seu avô materno, que a educaram, e da sua irmã Elvira.

Em 1093 Teresa foi dada pelo seu pai em casamento a Henrique de Borgonha, um nobre francês que o tinha ajudado em muitas conquistas aos mouros. Teresa tinha à data 13 anos e Henrique 24. Afonso VI doou-lhes então o Condado de Portucale, território entre o Minho e o Vouga que, a partir de 1096, se estenderia entre o Minho e o Tejo. De Henrique teve vários filhos, mas poucos sobreviveram: o único varão que chegou a adulto foi Afonso Henriques e as suas filhas Urraca, Sancha e Teresa Henriques.

Depois da morte de Henrique em 1112 Teresa governou o condado como rainha, por direito próprio, sendo reconhecida como tal pelo papa, pela sua irmã, D. Urraca de Leão e Castela e, posteriormente, por seu sobrinho D. Afonso de Leão e Castela.

Conflito com o filho, Afonso Henriques

Atacadas pelas forças de sua meia-irmã, a rainha D. Urraca de Leão e Castela, as forças de D. Teresa recuaram desde a margem esquerda do rio Minho, derrotadas e dispersas, até que D. Teresa se encerrou no Castelo de Lanhoso. Aí sofreu o cerco imposto por D. Urraca em 1121. Em posição de inferioridade, D. Teresa conseguiu ainda negociar o Tratado de Lanhoso, pelo qual salvou o seu governo do Condado Portucalense.

Em aliança com D. Teresa na revolta galaico-portuguesa contra Urraca esteve Fernão Peres de Trava, da mais poderosa casa do Reino da Galiza. Os triunfos nas batalhas de Vilasobroso e Lanhoso selaram a aliança entre os Trava e Teresa de Portugal. Fernão Peres de Trava passou assim a governar o Porto e Coimbra e a firmar com Teresa importantes disposições e documentos no condado de Portugal. Com a morte de Urraca, tornou-se em um grande aliado do rei Afonso VII de Leão e Castela no Reino da Galiza. A sua aliança e ligação com o conde galego Fernão Peres de Trava, de quem teve uma filha, indispôs contra ela os nobres portucalenses e o seu próprio filho Afonso Henriques.

Teresa exercera a regência do Condado Portucalense durante a menoridade de D. Afonso Henriques. Mas em 1122, sob a orientação do arcebispo Paio Mendes de Braga, Afonso pretendeu assegurar o seu domínio no condado e armou-se cavaleiro em Tui.

Em breve os interesses estratégicos de mãe e filho entraram em conflito. Em 1128, juntando os cavaleiros portugueses à sua causa contra Fernão Peres de Trava e Teresa de Leão, Afonso Henriques derrotou ambos na batalha de São Mamede, quando pretendiam tomar a soberania do espaço galaico-português, e assumiu o governo do condado.

Obrigada desse modo a deixar a governação, alguns autores defendem que foi detida pelo próprio filho no Castelo de Lanhoso ou se exilou num convento na Póvoa do Lanhoso, onde veio a falecer em 1130. Modernamente, depreende-se que após a batalha e já em fuga, ela e o conde Fernão Peres foram aprisionados e expulsos de Portugal. D. Teresa teria falecido na Galiza, possivelmente no mosteiro de Montederramo que refundara em 1124, de acordo com um documento assinado em Allariz.

Os seus restos mortais foram trazidos mais tarde, por ordem expressa do seu filho já rei Afonso I de Portugal, para a Sé de Braga, onde ainda hoje repousam junto ao túmulo de seu marido, o conde D. Henrique.
in Wikipédia

Henrique de Borgonha, conde de Portucale



D. Henrique de Borgonha (1066 — Astorga, 24 de Abril de 1112) foi conde de Portucale desde 1093 até à sua morte. Em Portugal é conhecido, geralmente, por Conde D. Henrique. Apesar de nunca ter tido o título de Rei, é tratado por D. Henrique I de Portugal, por alguns historiadores, que o consideram o primeiro Chefe de Estado Português.

Pertencia à família ducal da Borgonha, sendo filho de Henrique, herdeiro do duque Roberto I com Beatriz ou Sibila de Barcelona, e irmão dos também duques Odo I e Hugo I.

Sendo um filho mais novo, D. Henrique tinha poucas possibilidades de alcançar fortuna e títulos por herança, tendo por isso aderido à Reconquista da Península Ibérica. Ajudou o rei Afonso VI de Leão e Castela a conquistar o Reino da Galiza, recebendo como recompensa pelos seus serviços casamento com a filha ilegítima do monarca, Teresa de Leão.

Alguns anos mais tarde, em 1096, D. Henrique recebeu de Afonso VI o Condado Portucalense, que passava a lhe prestar vassalagem directa. O rei de Leão e Castela pretenderia assim limitar o poder do conde Raimundo de Borgonha, casado com Urraca de Leão e Castela.

Henrique morreu a 24 de Abril de 1112, tendo sido sepultado na Sé de Braga. Tinha tido vários filhos com Teresa, mas só o mais novo sobreviveu à infância: D. Afonso Henriques, que sucedeu ao pai e se tornou no segundo conde de Portucale em 1112.

No entanto, o jovem D. Afonso Henriques pretendia ser mais do que conde; em 1128 rebelou-se contra a sua mãe, que pretendia manter-se no governo do condado. Por isso, em 1139 Afonso reafirmou-se independente de Leão e proclamou-se 1.º Rei de Portugal, recebendo o reconhecimento oficial de Leão e Castela em 1143, e a do papado em 1179.

In Wikipédia