quinta-feira, 11 de março de 2010

A independência de Portugal

Castelo de Guimarães

E eis-nos “chegados” ao ponto de partida da História de um país que haveria de chamar-se Portugal. De um condado atribuído em dote de casamento por D. Afonso VI de Leão e Castela ao fidalgo francês D. Henrique de Borgonha, nascem sentimentos de independência e de maturidade ainda hoje não totalmente explicáveis.

De facto a questão não está resolvida: o que terá motivado os nossos antepassados a lutarem, muitos deles com o prejuízo das suas vidas, por um futuro diferente daquele que haveria de ser vivido pelos outros reinos da Península Ibérica? – como nos casos dos reinos de Leão, Castela, Navarra, Aragão e do condado da Catalunha, para não falar do caso mais recente do País Basco…

As razões serão de ordem conjuntural, geográfica, genética e cultural, sendo que nenhuma delas por si só pode explicar muito do que se passou. Porventura serão elas todas juntas e ainda outras que resultarão da vontade pessoal ( muito forte) de alguns líderes da altura.

Uma coisa é certa: as dificuldades para alcançar os propósitos dos primeiros portugueses eram muitas. Repare-se no percurso político e militar de D. Afonso Henriques como exemplo disto mesmo: Teve de lutar contra D. Afonso VII e, ao mesmo tempo, contra os mouros, no primeiro caso para conseguir a independência, no segundo para alargar o alcance das terras de Portugal.

Batalha de S. Mamede

A propósito desta dupla tarefa importa registar as seguintes datas e respectivos acontecimentos:
1143 – Tratado de Zamora assinado por D. Afonso Henriques e D. Afonso VII;
1179 – Reconhecimento do Reino de Portugal e do seu líder máximo pelo Papa;
1249 – Conquista definitiva do Algarve (já no reinado de D. Afonso III);
1297 – Tratado de Alcanises, celebrado por D. Dinis, rei de Portugal, e por D. Fernando, rei de Castela.


A primeira bandeira de Portugal

É óbvio que para se alcançar a desejada meta da independência não bastaram os esforços dos reis. Toda a gente foi necessária. A começar, naturalmente, pelos nobres e pelos monges guerreiros, mas a continuar no número incontável dos homens do povo que em condições miseráveis e sem recompensas notórias fizeram face a grandes obstáculos. Veja-se só isto: a nobreza e as ordens religiosas militares comandavam os exércitos, é certo, mas em contrapartida usufruíam de mordomias consideráveis e recebiam - só eles - terras e outras honrarias.

E foi assim que nasceu Portugal. As terras doadas pelo rei serviram para tornar maior e mais rico o nosso país, a partir do seu povoamento, defesa e cultivo. Quase nove séculos se passaram já. Nem todas as coisas conseguiram alcançar o progresso que se pretendia. Mas continuamos país. Com todos os defeitos e qualidades que nos couberam em sorte e merecimento. Pode ser que com a geração dos que agora têm 10, 11 anos, Portugal atinja de vez a sua vocação de país feliz e promissor.

FRANCISCO SÉRGIO DE BARROS E BARROS

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